A Serra do Marão está a explodir de cor

A Serra do Marão, com 1416 metros de altitude, veste-se de verde durante todo o ano mas, entre os meses de abril e maio fica ainda mais bonita com a “roupagem” nova que adquire através da cor amarela da carqueja e da cor púrpura da urze. Com estas duas plantas de rara beleza, a paisagem é uma explosão de cores, um quadro pintado à mão.

Só em 2020, devido à pandemia, é que não fizemos a nossa “excursão” à Serra para apreciar estas paisagens naturais absolutamente deslumbrantes. Mas este ano era imperativo ir nesta altura. Nós vamos muitas vezes ao Marão mas apreciar esta tonalidade de cores não é possível, infelizmente, todo o ano. Vou partilhar uma curiosidade: a água que bebemos cá em casa, vamos buscar em garrafões à Serra, num local indicado para o efeito. No sábado, 24 de abril, programámos a nossa visita para o dia seguinte, 25 de abril, (queríamos passar o dia em Liberdade) depois do almoço, pois as previsões eram de chuva durante a manhã, mas davam melhoria de tempo para a tarde. Quando acordámos chovia muito e por momentos equacionámos adiar os nossos planos mas a vontade de ver esta magia da natureza era tão grande que não baixámos os braços e a tristeza inicial deu lugar a alegria quando consultámos as previsões de tempo e vimos que até ao final da tarde, mais ou menos, não ia chover. A felicidade ocupou por completo o nosso rosto e era tempo de colocar mãos à obra para preparar o roteiro (a Serra do Marão é a “segunda casa” do pai cá de casa, não existem segredos, cantos e recantos que não conheça) e tratar do almoço para depois embarcarmos na nossa viagem pela Serra. 

Almoçamos e às 14h30 partimos em direção a Mafómedes, uma aldeia genuína e isolada no sopé da Serra do Marão, encaixada entre duas íngremes encostas da serra, pertencente à freguesia de Teixeira, no concelho de Baião. 

Primeira paragem feita. Era hora de admirar e fotografar o belo vale e a aldeia. Já perdemos a conta às vezes que fomos a esta pequena aldeia, inclusive, já passámos (muito) bons momentos no rio Teixeira e já nos deliciámos com as maravilhosas iguarias do restaurante “Tasca do Valado”. Desfrutar de uma excelente confeção de comida e sabor e de uma vista maravilhosa no sossego de uma esplanada virada para a Serra é o que nos espera neste restaurante que tem uma envolvência tocante. Estes são apenas dois bons motivos para ir conhecer esta povoação. Caso já conheça tenho a certeza que não se importa de voltar para apreciar este “pequeno paraíso na terra”. 

Aldeia de Mafómedes

Voltámos ao carro e seguimos viagem, passámos a aldeia e mais uma pausa. A Maria João avistou uma ponte com um rio e disse “este sítio é bonito para parar e fotografar”. Tinha razão, descobrimos mais um tesouro natural com umas belas quedas de água. Já está nos genes. E assim foi, mais uma paragem e mais umas quantas fotografias.

Chegou o momento de deixarmos a aldeia e subirmos a Serra tranquilamente, devido ao piso, apesar de não estar em mau estado é de terra e pedras, mas também para usufruirmos da paisagem. Subimos ao Alto do Seixinho e depois em direção à Nossa Senhora da Serra do Marão, sempre acompanhados por paisagens fabulosas pintadas de várias tonalidades. 

Continuámos o nosso trajeto por entre paragens, fotografias e montanhas e viemos ter perto do Alto de Espinho, aí descemos pela antiga estrada até à Pousada do Marão. Entrámos no IP4 de regresso a casa. 

No fim do passeio ouvir a frase “adorei passear na Serra, foi uma tarde divertida”, foi muito gratificante. 

Adorámos respirar o ar puro da Serra e na natureza somos (ainda) mais felizes.

Faça como nós: parta à descoberta desta Serra surpreendente e cheia de encantos. Deixe-se envolver pela sua magia, pelo ar puro e pelo silêncio.