Caminhar por paisagens de descomunal beleza


A antiga Casa da Guarda de Covelo do Monte, na Serra do Marão, no concelho de Amarante foi o ponto de partida para (mais) uma caminhada na natureza. Para trás ficou o carro, muito bem guardado por três touros de grande porte.

Desta vez como a caminhada era difícil e extensa, a Maria João não me acompanhou e teve direito a um programa de primas. No entanto, tive igualmente uma companhia especial. 

O (nosso) percurso

Estava pronta para passar o dia em comunhão com a natureza, a minha atividade preferida para desconectar do mundo, relaxar, esvaziar e serenar a mente.

Inspirei, respirei fundo e senti o sol de Outono, tal como toda a envolvência natural, a aquecer-me o corpo e a alma.

A nossa missão era fazer um trilho circular, integrando uma parte do PR8 – Caminho do Porto Velho, Mondim de Basto.

“Abraçámos” a natureza e partimos à descoberta. Pelo caminho passámos pela Ribeira de Beja e o telemóvel teve que sair, mais uma vez, da mochila para fotografar. Desisti de guardar o telemóvel, pois estava a ser sempre invadida por paisagens que mereciam ser fotografadas. O som das águas quebrou o silêncio que se fazia sentir e funcionou como um relaxante natural. Foi a nossa primeira paragem e como estávamos à sombra, sentimos frio e foi aí que me lembrei que a partir de agora (meses mais frios), tenho que incluir uma “termos” com um chá quente.

Conversámos, apreciámos e quase sem nos apercebermos avistámos ao longe a aldeia de Campanhó, pertencente a Mondim de Basto. Foi imperativo parar, contemplar, e claro fotografar esta pequena, mas grande em beleza, aglomeração inserida na montanha.

Ainda tínhamos muito caminho pela frente, a parte mais difícil do percurso que havíamos estipulado, e eu mal sabia que ia ser (ainda mais) surpreendida por locais de grande beleza.

Não fomos à aldeia, ingressámos logo no trilho do PR8 – Caminho do Porto Velho. Uma breve subida, mas acentuada, estava à nossa espera e a barriga começava a dar indícios de que era altura de parar e usufruir do farnel que tínhamos na mochila.

Umas pedras, envoltas na natureza, com vistas para os imponentes rochedos e para as escarpas abruptas, o sol e o silêncio foram o cenário perfeito para merendar, recuperar o fôlego, mas também para contemplar.

Depois do almoço retomámos o trilho em direção à queda de água e à medida que avançávamos a ansiedade aumentava, tal era a vontade de conhecer este local de grande beleza natural.

Depois de uma curva eis que os nossos olhos avistam a queda de água. Que cenário deslumbrante. É obrigatório parar, tirar muitas fotografias e apreciar a paz e a beleza que este local possui. Confesso que este cenário foi inspirador e tranquilizou-me (mal eu sabia a longa subida que tinha pela frente).

Uma nota: para ver a queda de água é necessário fazer um desvio no trilho para depois voltar a ingressar e continuar a caminhada.

Uma subida que fica “gravada” nas pernas, mas também no coração

Foi por terrenos xistosos de cor cinza escuro e com escarpas abruptas que subimos. Acho que nunca subi tanto numa caminhada, mas apesar do esforço físico, é de desmedida beleza, com encantos naturais únicos. Não desanime, vale mesmo a pena.

Caminhava pausadamente pela vereda quando um gafanhoto, como que a adivinhar o meu “sofrimento” e para “ajudar” na subida começou a saltar à minha frente, saltava e parava como que a esperar por mim. Foi um momento muito agradável e que me fez “esquecer” a subida. Obrigada, gafanhoto.

Fiz várias paragens para admirar a imponente e deslumbrante paisagem e constatei o quanto era minúscula perante tamanha grandiosidade natural. Que assombro!

Ainda tivemos o privilégio de ver a Queda de Água D’Alto, uma imponência com cerca de trinta metros de altura.

Caminhámos mais um pouco e chegámos ao Planalto Cruz das Moças, estávamos a 1013m de altitude, o ponto mais alto do percurso. Aqui, avistámos as grandiosas serras do Parque Natural do Alvão, o Alto da Senhora da Graça, a serra da Cabreira e os picos da serra do Gerês. Uma paisagem surpreendente e com vistas privilegiadas.

Neste local, o trilho do PR8 – Caminho do Porto Velho seguia à esquerda, mas o nosso trajeto era para a direita, em direção ao carro.

Foi numa espécie de estrada corta-fogo que prosseguimos caminho, ouvimos e vimos ao longe os rebanhos de cabras, dois cavalos garranos e admirámos, mais uma vez, a beleza natural.

Após quatro horas e meia a caminhar e doze quilómetros e meio depois a constatação final é que esta é daquelas caminhadas que nos conseguem deixar sem palavras perante tamanha imponência e beleza.

                  

Quem ficou entusiasmada/o e vai alinhar nesta magnífica caminhada? 

Informações Úteis:

LOCAL DE PARTIDA/CHEGADA: Antiga Casa da Guarda de Covelo do Monte

DIFICULDADE: Moderada a Difícil

DURAÇÃO: 4h30

DISTÂNCIA: 12,5 Km

TIPOLOGIA: Circular

MATERIAL QUE DEVE LEVAR: Roupa confortável, calçado apropriado (sapatilhas ou botas de caminhada), água, farnel, bastão de caminhada (importante para a subida) e telemóvel ou máquina fotográfica. 

Boa caminhada!

Comentários

Mensagens populares