Percursos Naturais do Parque Corgo: um refúgio no centro da cidade


Vila Real, também muito conhecida por “Bila”, principalmente entre os locais, foi, durante cinco anos, a minha segunda casa, pois ingressei na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. 

Tinha apenas dezassete anos, fiz dezoito no mês seguinte à minha chegada, como diz o ditado “era uma criança” e a minha receção foi feita “à boa maneira nortenha”, onde fui simplesmente abraçada pela “Princesa do Corgo”, fazendo com que, juntamente com os seus encantos, passasse a ocupar um lugar especial no meu coração.

Uma curiosidade interessante: deixei a minha cidade Natal, Amarante, conhecida por Princesa do Tâmega para habitar esta cidade que também é Princesa: do Corgo. 


De vez em quando regresso para matar saudades, o que é sempre feito com alegria, mas ao mesmo tempo com nostalgia. 

E se é verdade que já existiam vários motivos para gostar e visitar esta cidade Transmontana, os recentes Percursos Naturais do Parque Corgo constituídos por passadiços pelas escarpas do Corgo são mais um deles. 



Um belíssimo espaço natural no centro da cidade

É em pleno centro da cidade que se encontra um (novo) local de paz e tranquilidade, um apelo, a percorrer com muita calma, primeiro o percurso em terra batida, onde foram recuperados os caminhos antigos e depois os passadiços de madeira, estes últimos com 750 metros. 


Levámos o nosso tempo, não somos para pressas e então nestas circunstâncias muito menos, a percorrer e a absorver cada canto, recanto e encanto. 

Parámos, apreciámos e fotografámos, muito. 


E se o trajeto até aos passadiços convence os adeptos das caminhadas, já as pessoas apaixonadas pelas estruturas de madeira vão apaixonar-se. Foi o nosso caso. 


Iniciámos a nossa caminhada no Bairro dos Ferreiros, por baixo da ponte de ferro, em direção a Vila Velha e a beleza do caminho não nos deixou indiferente, pelo contrário, soube a muito pouco serpentear a pé as escarpas do Corgo, zonas que, até há bem pouco tempo, eram praticamente inacessíveis.


Foi inevitável não me lembrar dos meus tempos de estudante e ao olhar para o cimo das escarpas, onde passa a rua principal, lembrei-me do meu trajeto diário de autocarro até à Universidade, mal eu sabia que anos mais tarde ia ter a possibilidade de caminhar no vale. É bem verdade que a vida dá muitas voltas e algumas delas para melhor, como é o caso.


Observámos, escutámos o barulho das águas “apressadas” do rio Corgo, admirámos o casario “lá em cima, mamã”, o mítico Hotel Miracorgo e partilhei com a Maria João a minha experiência na Universidade que aproveitou para frisar aquilo que já me tinha confessado, que quer ser Médica Veterinária e disse: “Na Universidade que estudaste posso aprender a ser médica veterinária?” Eu respondi que sim e a mini aspirante a “tratadora de animais” afirmou “então quero estudar na mesma Universidade da mamã”. Quem sabe, minha filha. 


As caminhadas também servem para isto: partilhar experiências, conversar e aproveitar (ainda mais) da melhor maneira o tempo a duas.


Explorar este recanto natural foi uma verdadeira caixinha de surpresas. 

No fim da caminhada tenho a certeza que a Maria João duplicou os quilómetros, pois não parou de andar para a frente e para trás e de subir e descer as escadas, mas tal como eu regressou a casa mais radiante por ter percorrido este magnífico espaço natural. 


Sozinha/o ou (bem) acompanhada/o, em dias cinzentos ou com sol, não deixe de conhecer os Percursos Naturais do Parque Corgo que conquistaram estas duas adeptas de caminhadas. 

Se gosta de caminhar em Passadiços tem de conhecer os Passadiços do Távora, em Sernancelhe. Saiba tudo no seguinte artigo: 




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