Fomos à descoberta da Quinta da Aveleda e se me perguntarem o que senti na visita, só posso dizer que é inexplicável, só quem visita é que priva de uma sensação de magia. É um arrebatamento para a alma. Parece irreal o que os nossos olhos estão a ver. Por momentos senti que entrámos num filme, onde o cenário é feito de perfeição.
Logo à nossa chegada fomos brindadas com uns lindos pavões a passear, com um ar todo convencido, mas qual não é o nosso espanto quando olhámos para uma árvore de grande porte e muito frondosa e vimos vários pavões nos galhos.
Ficámos muito admiradas, nunca tínhamos assistido a tal coisa, e muito felizes, principalmente a Maria João que disse: “gostava de ter um pavão em casa. Que animal tão bonito, com umas cores coloridas, até parece um arco-íris”.
Na Aveleda esquecemo-nos de tudo à nossa volta. A nossa cabeça fica extasiada com tamanha grandiosidade e beleza natural. Aqui, tudo nos sobressalta.
Desde logo o espaço, uma imensidão descomunal de formosura. Os seus oito hectares de jardim, de estilo vitoriano, muito bem tratados, são um lugar ímpar e extraordinário. Nos jardins da propriedade abundam várias espécies de árvores, algumas das quais centenárias.
O “convite” é para desligar de tudo e desfrutar desta preciosidade. As preocupações do dia-a-dia ficam para segundo plano, aliás aqui parece que nem existem, devido ao enamoramento que estamos a sentir.
A
Quinta da Aveleda, pertencente à família Guedes, começou com Manuel Pedro Guedes da Silva Fonseca, é um legado que tem vindo a passar de geração em geração, aliás, hoje já vai na quinta geração.
É muito conceituada no que à produção de vinho diz respeito. E já lá vão muitos e muitos anos, pois os primeiros registos de venda do vinho engarrafado datam de 1870.
No ano de 2020 completou 150 anos de produção de vinho. Um feito deste calibre merece ser parabenizado mesmo que já tenha passado tanto tempo.
Percorremos a propriedade, o que é possível visitar, com uma guia que fez uma notável explicação ao longo do percurso.
(Faço aqui um parêntesis para fazer uma sugestão: as visitas guiadas devem ser mais demoradas, ou então, deixar mais tempo para as pessoas fotografarem, desfrutarem em passo lento e conseguir desfrutar deste tesouro que temos o privilégio de nos deleitarmos).
Na
nossa “excursão” passámos por um Eucalipto Glóbulus, que tem mais de 200 anos
(como é possível) e deliciamo-nos com uma casa pequenina, mas mesmo amorosa, a
antiga Casa do Porteiro.
Vimos
a Casa Românica, do século XIX, a Torre das Cabras, composta por três andares e
que nos dias de hoje ainda alberga estes animais. A Maria João ficou muito
feliz com este encontro, claro está que a menina apaixonada por animais ia
ficar maravilhada.
Apreciámos o Lago da Mata e a Janela Manuelina (século XVI) que segundo a História terá sido nela que D. João IV foi aclamado Rei de Portugal. Mais tarde foi oferecida a Manuel Pedro Guedes da Silva da Fonseca que a trouxe para a Quinta da Aveleda.
Em estilo vitoriano e decorada com répteis em faiança portuguesa está a Casa do Chá, que se situa numa pequena ilha do Lago.
Mais à frente deste local encontra-se a magnificente Fonte de Nossa Senhora da Vandoma. É em granito e como o nome diz é dedicada a Nossa Senhora da Vandoma, padroeira da cidade do Porto.
A (magnífica) Casa Residencial, com data de 1671, sofreu alterações no século XIX, visto que a família estava a aumentar sendo necessário ampliar a capacidade. Ainda hoje a casa é habitada pela família Guedes.
Dos jardins é possível avistar as vinhas, são mais de 100 hectares, da Região Demarcada dos Vinhos Verdes.
Entrámos na Adega Velha, que deu o nome à aguardente (tão afamada) que é ali produzida e guardada e sentimos o (seu) aroma muito intenso, ao ponto da minha filhota ter que sair, pois não aguentava o cheiro.
Quando pensávamos que já não era possível sermos mais surpreendidas, eis que surge mais um canto e recanto fenomenal e aí ficávamos outra vez com a respiração em suspenso.
No final do passeio não deixe de entrar na loja da Quinta, vale mesmo a pena. Vai encontrar vinhos, como é óbvio, queijos, aguardentes, compotas caseiras, biscoitos artesanais, chás, entre muitos outros produtos.
Nós não resistimos e trouxemos para casa vinho e um queijo absolutamente divinal. Uma tragédia calórica, mas sabe tão bem e o paladar até bate palmas de contentamento.
Entre no site da Quinta da Aveleda,
aqui, e escolha, das várias propostas, a que pretende.
Da nossa lista consta para uma próxima visita: o piquenique e o Aveleda Escape Garden, o primeiro jogo de fuga desenhado para realizar ao ar livre e o primeiro feito entre jardins e vinhas.
Localização:
Rua da Aveleda, nº2
4560 - 570 Penafiel
Portugal
Já que está pelo concelho de Penafiel, sugiro um passeio pela Aldeia de Quintandona. Tenho a certeza que não se vai arrepender, pelo contrário, até me vai agradecer por esta excelente sugestão.
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