Pelos Caminhos de Tongobriga

Estava um dia de sol magnífico e com temperaturas muito amenas, mesmo convidativas a sair e a desfrutar do ar livre. Foi sentada na mesa do jardim, após o almoço e a apreciar o café e a folhear uma revista sobre “As vilas e aldeias mais belas de Portugal” que surgiu a vontade para partir à descoberta de um Percurso Pedestre. E assim foi: Maria João vamos fazer uma caminhada? Que pergunta que eu fiz, o olhar dela denunciou que já havíamos de ter ido e a reposta foi muita clara: “claro que sim, mamã, vamos, está bom tempo para passear”.

Decidi que íamos para o concelho do Marco de Canaveses e que o PR9 Caminhos do Zé do Telhado era o nosso destino. Mas, tudo mudou quando avistámos uma placa a indicar o PR6 Caminhos de Tongobriga. Foi então que resolvi mudar de rota. 

Estacionei o carro, fiz uma breve pesquisa sobre este Percurso Pedestre, tirei o carrinho de passeio da Maria João e fizemo-nos ao caminho. 

O PR6 tem localização na Freguesia do Marco, Lugar do Freixo, junto às portas de Tongobriga. É um percurso circular, com cerca de oito quilómetros e de dificuldade fácil a média. Está devidamente marcado no terreno com sinalização de pequena rota (marcas vermelhas e amarelas). A melhor altura para fazer o percurso é na Primavera, Verão e Outono. 

O património histórico e natural, designadamente a igreja de Santa Maria do Freixo, a aldeia e cidade romana de Tongobriga e os moinhos são os aliados deste Percurso. 

Um acaso feliz

Optámos por iniciar o nosso percurso junto ao Fórum de Tongobriga. Neste local existe um pequeno parque de estacionamento onde é possível deixar a viatura e um restaurante. 

O trajeto prossegue por estrada municipal com um tráfego muito reduzido. Vimos casas agrícolas e espigueiros (com armazenamento de milho). Foi tempo de recuar ao passado e fazer uma pausa para explicar à Maria João o significado destas instalações. 

À medida que avançávamos entrámos numa zona com uma mancha mais verde e fresca onde uma mini ponte em madeira delimitava o caminho. 


Um pouco mais à frente encontrámos uma placa a indicar o moinho de água, para isso é necessário fazer um desvio no trilho. Como pessoas bem mandadas que somos e “curiosas”,  acatámos a sugestão e fomos visitar. 


É um espaço muito bonito, mas que necessita de alguma manutenção. É uma opulência agrícola cheia de potencial.


Feita a visita, regressámos ao trilho e chegámos a uma das zonas mais bonitas do percurso: o Ribeiro de Covas. Aqui, é necessário descer umas escadas em madeira, com uma queda de água ao nosso lado direito e depois seguimos numa zona arborizada, muito tranquila. 


Ainda não sabíamos a aventura que nos esperava: uma descida íngreme. A Maria João mal avistou a decadência disse muito determinada: “mamã, para descer temos que colocar os pés de lado”. E assim foi tempo de colocar em prática as dicas da mini caminhante. Tem toda a razão e correu tudo bem. 

Prosseguimos por umas construções com traves em madeira para passar o ribeiro. 


Foi tempo de deixar a natureza e seguir por estrada. Depois entrámos num caminho florestal e chegámos às poldras do Ribeiro de Covas.


Continuámos por um caminho com carvalhos e sobreiros, mais uma parte bonita do percurso e seguimos, novamente, por estrada. 

O percurso passa mesmo pela Casa Maria Emília, onde são confecionados e vendidos produtos artesanais, broa de milho e compotas. 

Seguimos por entre muros a acompanhar os campos agrícolas. Encontrámos um "bosque" de pinheiros encantador e aprazível, e foi por entre um caminho antigo, com muros de um lado e do outro, que chegámos à entrada da aldeia de Freixo que faz parte das “Aldeias Históricas de Portugal”, onde a Igreja de Santa Maria de Freixo é lugar de paragem obrigatória.


Estávamos quase a cortar a meta, mas antes ainda percorremos as ruas calmas da aldeia e observamos a beleza do local! As casas são adoráveis, passámos pelo Centro Interpretativo, pela Escola Profissional de Arqueologia e por uma antiga zona habitacional e muralha. 

Finalizado o percurso, a conclusão: não é um percurso extraordinário, necessita de alguns melhoramentos, é certo. Contudo, tem alguns pontos que fazem valer a pena percorre-lo. 

Outros dois percursos que já percorremos no concelho do Marco de Canaveses foram o PR7 Aldeias e Margens do Rio Ovelha e o PR9 – Caminhos do Zé do telhado. Saiba tudo no seguinte artigo: 


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