Covelinhas, a Aldeia que abraça o Douro
Vínhamos do Miradouro de São
Leonardo de Galafura, saiba tudo sobre este local aqui, e o nosso destino era
Mesão Frio, então, optámos por ir por Covelinhas. Começámos a descer, por
curvas e contracurvas, que serpenteiam a bela paisagem da região (até embalaram
o Duarte na hora da sesta). Apreciámos a vista, composta por vinhas em socalcos
que convidava a parar. Não consegui, como é óbvio, dizer que não ao “convite” e
fui fazendo, na berma, algumas paragens para nos deleitarmos perante tanta
beleza!
Já devem ter percebido que sou
uma eterna apaixonada pelo Douro. Sinto sempre que aqui o tempo
desacelera e em cada paisagem a alma encontra paz. Para mim, visitar esta
região, é mesmo retemperador.
Quanto mais descíamos, a vista
tornava-se ainda mais deslumbrante e, a determinada altura, começámos a avistar
Covelinhas lá ao fundo e o Rio Douro, com as suas águas serenas, a dividir os
concelhos de Armamar e Peso da Régua e duas povoações, Folgosa e Covelinhas,
respetivamente.
A linha de caminho de ferro passa nesta zona, proporcionando uma das mais encantadoras viagens, saindo da Régua e indo até ao Pocinho, e a estação distancia da povoação cerca de um quilómetro.
Depois de passar a estação começámos a subir, e, do nosso lado esquerdo, surgem umas letras brancas a dizer “Covelinhas”, e, mais à frente, apareceu uma zona que funciona como uma espécie de “varanda” para o rio e as povoações, onde um binóculo panorâmico permite apreciar mais ao pormenor a beleza da paisagem.
Por ali ficámos uns minutos, a admirar o imenso espelho de água e avistámos, do outro lado do rio, a Estrada Nacional 222, considerada uma das estradas mais bonitas do mundo, nomeadamente, no troço entre o Peso da Régua e o Pinhão.
De volta ao carro, continuámos viagem, numa estrada estreita, bem no alto da encosta. Mais uma vez com umas vistas fenomenais, dando a sensação de estarmos nas nuvens, mas atenção, é um percurso que pede prudência e cuidado redobrado.
Um pouco da história de Covelinhas
Após a conquista da Península e a
expulsão dos cartagineses, cerca de 202 AC, os romanos começaram a fortificar
os povos para se defenderem dos inimigos, edificando, entre muitos crastos, o
de Vilarinho dos Freires e o de Covelinhas.
Foi no princípio da monarquia, que
Covelinhas teve alguma importância, tendo-lhe D. Afonso Henriques dado foral,
que se encontra na Torre do Tombo. Covelinhas foi repovoada por D. Sancho I,
tendo pertencido ao concelho de Canelas, até à extinção do mesmo, em dezembro
de 1853.
Segundo a tradição, esta povoação
tinha o nome de Covelas e continha filões de precioso metal, declarando os mais
idosos que os de Covelas atiravam com ouro às cabras julgando atirar com
pedras.
Comentários
Enviar um comentário