Covelinhas, a Aldeia que abraça o Douro


É a cerca de dez quilómetros do Peso da Régua, na margem direita do rio Douro, que encontramos a pacata, mas encantadora freguesia de Covelinhas. Para lá chegar, é possível fazê-lo das seguintes formas: de carro, partindo do Peso da Régua, de Galafura ou Canelas por caminhos sinuosos, mas com vistas maravilhosas, ou de comboio, através da histórica linha do Douro, num itinerário ferroviário magnífico.

Vínhamos do Miradouro de São Leonardo de Galafura, saiba tudo sobre este local aqui, e o nosso destino era Mesão Frio, então, optámos por ir por Covelinhas. Começámos a descer, por curvas e contracurvas, que serpenteiam a bela paisagem da região (até embalaram o Duarte na hora da sesta). Apreciámos a vista, composta por vinhas em socalcos que convidava a parar. Não consegui, como é óbvio, dizer que não ao “convite” e fui fazendo, na berma, algumas paragens para nos deleitarmos perante tanta beleza!

Já devem ter percebido que sou uma eterna apaixonada pelo Douro. Sinto sempre que aqui o tempo desacelera e em cada paisagem a alma encontra paz. Para mim, visitar esta região, é mesmo retemperador.

Quanto mais descíamos, a vista tornava-se ainda mais deslumbrante e, a determinada altura, começámos a avistar Covelinhas lá ao fundo e o Rio Douro, com as suas águas serenas, a dividir os concelhos de Armamar e Peso da Régua e duas povoações, Folgosa e Covelinhas, respetivamente.

A linha de caminho de ferro passa nesta zona, proporcionando uma das mais encantadoras viagens, saindo da Régua e indo até ao Pocinho, e a estação distancia da povoação cerca de um quilómetro. 

Depois de passar a estação começámos a subir, e, do nosso lado esquerdo, surgem umas letras brancas a dizer “Covelinhas”, e, mais à frente, apareceu uma zona que funciona como uma espécie de “varanda” para o rio e as povoações, onde um binóculo panorâmico permite apreciar mais ao pormenor a beleza da paisagem.

Por ali ficámos uns minutos, a admirar o imenso espelho de água e avistámos, do outro lado do rio, a Estrada Nacional 222, considerada uma das estradas mais bonitas do mundo, nomeadamente, no troço entre o Peso da Régua e o Pinhão.

De volta ao carro, continuámos viagem, numa estrada estreita, bem no alto da encosta. Mais uma vez com umas vistas fenomenais, dando a sensação de estarmos nas nuvens, mas atenção, é um percurso que pede prudência e cuidado redobrado. 

Um pouco da história de Covelinhas

Após a conquista da Península e a expulsão dos cartagineses, cerca de 202 AC, os romanos começaram a fortificar os povos para se defenderem dos inimigos, edificando, entre muitos crastos, o de Vilarinho dos Freires e o de Covelinhas.

Foi no princípio da monarquia, que Covelinhas teve alguma importância, tendo-lhe D. Afonso Henriques dado foral, que se encontra na Torre do Tombo. Covelinhas foi repovoada por D. Sancho I, tendo pertencido ao concelho de Canelas, até à extinção do mesmo, em dezembro de 1853.

Segundo a tradição, esta povoação tinha o nome de Covelas e continha filões de precioso metal, declarando os mais idosos que os de Covelas atiravam com ouro às cabras julgando atirar com pedras.

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