Passadiços da Barrinha de Esmoriz: um puro deleite
Caminhadas. Sou fã e estou sempre a pesquisar novos sítios para caminhar. Se for por entre a natureza, melhor ainda, pois a energia que (me) transmite é única e apesar de fazer a maior parte das vezes estas caminhadas com a Maria João, permitem-me uma (re)conexão comigo própria e um estado de quietude.
Existem sempre momentos de silêncio, ainda que raros, mas em que eu consigo focar-me na natureza e estar atenta ao que me rodeia. Também incuto na Maria João o gosto pelo sossego, por apreciar o que está à nossa volta, a escutar, a ver e a sentir a cada passo que somos convidadas a dar. A tirar partido de cada caminhada, no sentido pleno! Que não seja mais uma e caminhar por caminhar! Isso é que não.
Tenho uma lista, entre outras, com os vários locais que quero partir à descoberta, a pé, claro. E foi nessa pesquisa que decidi o destino da próxima caminhada: os Passadiços da Barrinha de Esmoriz. Venha daí, nós já descobrimos, agora é a sua vez!
Já calçou as sapatilhas? Já agarrou na família? Quer levar a bicicleta? Tudo bem, pode levar. Então, agora, entre no carro e rume até Esmoriz. Se não for a altura certa, pegue num bloco de notas e anote as informações que vou partilhar.
Recarregar baterias em Esmoriz
Os Passadiços têm várias “portas de entrada”, depende da vontade de cada um por onde começar, eu optei por iniciarmos junto ao campo de jogos de Esmoriz, onde um grande parque de estacionamento permite deixar o carro.
Entrámos nos passadiços de madeira e encontrámos uma linha de água, do lado esquerdo do passadiço e do lado direito, segundo a Maria João, “umas casinhas com bancos em madeira tão bonitas, vamo-nos sentar um bocadinho a apreciar”. Vamos a isso.
Após alguns minutos perguntei: “Já podemos começar a caminhada?”, na qual obtive a seguinte resposta: “sim, podemos. Estive a carregar as minhas baterias, estou cheia de energia”. E começou a caminhar sem olhar para trás. E eu lá fui a seguir os seus passos, deixando-me guiar pela miúda mais querida.
Uma bifurcação apareceu e após “consultar” um painel explicativo (existem vários ao longo do caminho), a Maria João determinou que íamos seguir pela esquerda. Claro que acedi às suas preces e foi por entre canaviais que continuámos a caminhar, a apreciar e, claro a fotografar.
Cruzámo-nos com famílias a passear, ciclistas, desportistas, e atravessámos a icónica ponte arqueada de madeira sobre a Lagoa de Paramos, e dada a quantidade de pessoas que estavam a fotografar percebemos a razão de ser o ex-líbris arquitetónico destes Passadiços. Conseguimos, ainda que ao longe, uma fotografia para a posterioridade.
Um observatório de aves também faz parte do trajeto, mas mais uma vez, tinha várias pessoas e não fomos conhecer. Fica para uma próxima, mas temos que escolher muito bem a hora para regressarmos, pois percebemos, e não é para menos, dado a espetacularidade dos Passadiços, porque são muito concorridos, pelo menos quando nós fomos estava muita gente.
Foi ao longo da caminhada que ganhámos uma perspetiva maravilhosa do cenário natural circundante que estávamos a percorrer. Absorvemos, respirámos fundo várias vezes, e saímos do percurso para ir à praia de Esmoriz e sentir a brisa do mar a tocar-nos no rosto e o ar salgado que por lá pairava. Tão bom.
Pontes e uma área com bancos, ambos em madeira e zona para colocação de bicicletas, com vista para a Barrinha de Esmoriz, para as dunas e para o mar, são recomendados para fazer uma pausa e contemplar este percurso de grande beleza.
Durante a caminhada ouvimos o comboio a passar, não muito longe, e peguei ao colo várias vezes a Maria João para conseguir ver e foi aí que fez um pedido: “mamã, eu queria ver o comboio mais de perto”.
Prometi que no fim do trajeto íamos a uma ponte que passámos ao vir para os Passadiços para ver, de cima, o comboio. Por momentos percebi que esta promessa me podia levar a maus lençóis, pois podíamos ter que esperar muito tempo, mas a sorte esteve do meu lado, pois quando nos dirigíamos para a ponte, ouvimos o barulho de um comboio e só foi necessário acelerar um bocadinho o passo para o conseguir ver. Foi o delírio. Adorou e eu respirei de alívio por ter conseguido concretizar o desejo de forma simples e…rápida.
O percurso tem a distância de (apenas) oito quilómetros, sempre em estruturas de madeira, plano e é circular. É muito fácil de percorrer. Uma dica: se tem crianças pequenas ou bebés pode perfeitamente fazer este trajeto, para isso, faça como eu, leve o carrinho. Quando sei que o percurso assim o permite levo o carrinho (já velhinho de tanto uso, mas como diz o ditado "ainda está aí para as curvas") para quando a Maria João estiver cansada.
Já com vontade de percorrer estes passadiços? Foi uma excelente opção e recomendamos vivamente!
Se é fã de passadiços, tem de conhecer os Passadiços do Távora, em Sernancelhe e os Percursos Naturais do Parque Corgo, em Vila Real. Saiba tudo nos seguintes artigos:
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