PR5 - Trilho da Água e das 5 Aldeias: recarregar energias e nutrir a alma por paisagens rurais e cheias de histórias

Quando foi a última vez que respiraste o ar puro da Serra? Costumas fazer percursos de pequena rota? Na aldeia de Carvalho de Rei, no concelho de Amarante, tem início a PR5 - Trilho da Água e das 5 Aldeias, um percurso que faz a ligação desta povoação com a zona mais alta da Serra da Aboboreira, que se distribui por três concelhos: Amarante, Baião e Marco de Canaveses.

Por isso, se queres ter a oportunidade de imergir numa comunidade que vive em harmonia com a natureza e numa atmosfera tranquila e, ao mesmo tempo, autêntica, testemunhar o seu dia-a-dia, encontrar património arqueológico na Serra, ter um reencontro com a liberdade, desfrutar de vistas panorâmicas sobre o Vale do Tâmega e as Serras, então tens que vir percorrer a PR5, pois será uma experiência transformadora que fica na memória e…nas pernas. Já vais perceber o porquê, mais à frente.

O percurso, de pequena rota, faz, também, a ligação com Aldeia Velha, Aldeia Nova, Pé Redondo, Guarda e Carvalho de Rei, caraterizadas por uma arquitetura rural preservada e onde as tradições, muitos séculos depois, se mantêm vivas.

Ao longo do roteiro, existem vários regatos e levadas de água, mas, também, muitos espigueiros, associados ao cultivo de cereal, designadamente de milho, elementos marcantes de uma agricultura de subsistência, alguns deles de propriedade partilhada e de uso comunitário.

Os espigueiros e as construções em xisto ainda existentes em algumas das aldeias da Aboboreira são elementos marcantes da arquitetura serrana, fazendo parte integrante da Área de Paisagem Protegida, classificação com que foi distinguida a Serra em agosto de 2023.

Cheguei, juntamente com o meu pai, a Carvalho de Rei, estacionei o carro e a aldeia ainda estava em silêncio, só se ouvia o chilrear dos passarinhos, e eu percebi logo que, aqui, o tempo desacelera e deixei-me levar…

Deixámos a aldeia de Carvalho de Rei, virámos à direita, e deparámo-nos com a aldeia de Pé Redondo. Fiz umas paragens para gozo das vistas e para umas fotografias e retomei caminho até Aldeia Nova, seguindo-se depois Aldeia Velha, onde encontrámos o antigo tanque comunitário e o moinho.

Chegados a Aldeia Velha, parámos para fazer uma retemperadora pausa e ganhar forças para uma subida tão temida.

Recompostos, retomámos o andamento e eis que por terra, pedras e buracos, um caminho bastante sinuoso, lá estava a “famosa” subida da encosta da serra. Subi, subi e foi através das batidas aceleradas do coração que percebi que acabara de percorrer dois acentuados quilómetros.

É a partir deste ponto que se verifica uma transição para ecossistemas caracteristicamente de altitude, passando a existir uma paisagem mais exposta aos elementos, onde predomina a giesta, a urze e o tojo.

Após a chegada ao ponto mais alto foi possível ver a Anta Meninas do Crasto 3,um pequeno dólmen, com tampa e mamoa de reduzidas dimensões, construídos durante o Neolítico, entre o Vº e o IVº milénio A.C, que nos transporta para tempos antiquíssimos e nos relembra a ocupação humana nesta região.

Já diz o ditado “a descer todos os santos ajudam”, por isso, descemos pela encosta da serra e um amplo horizonte abriu-se perante o olhar, estávamos diante de paisagens de Amarante e do vale do Tâmega. 

O trilho termina em beleza, com uma grande levada da aldeia de Carvalho de Rei, ainda fundamental para a agricultura desta povoação, e de dois moinhos de água.

Chegados à Igreja e ao Cruzeiro demos por terminado o percurso.

Quer um conselho? Arrisque-se a percorrer a PR5 – Trilho da Água e das 5 Aldeias e, no final, tenho a certeza de que não se arrependerá. Palavra de quem foi e recomenda!

Características do PR5 - Trilho da Água e das 5 Aldeias:

Distância: 11,9 quilómetros

Tipologia: Circular

Dificuldade: Moderada

Duração estimada: 4 horas

Local de Partida/Chegada: Carvalho de Rei

O que levar para a caminhada?

👉 Calçado e roupa adequada a caminhadas

👉 Água e snacks

👉 Protetor solar e chapéu (em dias de calor)

👉 Máquina fotográfica ou smartphone 

👉 Saco para trazerem o lixo

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Amarante, conta com uma grande diversidade de trilhos e percursos pedestres (Serras, aldeias, caminhos rurais, margens do Rio Tâmega), cada um com uma multiplicidade paisagística única e para todos os gostos. Por isso, se gosta de caminhadas não hesite em ir percorrer uma das seguintes sugestões:

. Trilho dos Castanheiros: enriqueça a alma enquanto caminha

. Trilho das Azenhas: um convite a desligar

. Trilho “O Marão tem sangue azul”: em plena conexão com a natureza

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