Trilho Nossa Senhora do Vau: um regalo para o corpo e para a alma
Amarante, terra de ilustres Amarantinos, que vão da pintura à literatura, é, também, uma cidade rica em História, património e gastronomia e abençoada por rio e natureza, que ganha uma aura (ainda) mais mágica no Outono, com as cores das folhas e no inverno, com a neblina, que, da água, se levanta pela manhã. É paragem obrigatória para centenas de turistas que diariamente a visitam, fotografam e apreciam. Terra de pessoas afáveis, acolhedoras e orgulhosas da sua Terra. A Princesa do Tâmega é isto e muito mais, por isso, venha daí conhecer todos os seus atributos.
E se vale muito a pena deambular pelas ruas e ruelas e pelo centro histórico, o mesmo se passa com as margens do rio Tâmega, com os seus três trilhos, - dos Castanheiros, das Azenhas e de Nossa Senhora do Vau -, que oferecem uma relação privilegiada com o rio e com a sua envolvente natural. É sobre o último que escreverei a seguir.
Três quilómetros e meio de uma relação privilegiada com a envolvente natural
Amarante tem o melhor de dois mundos: a natureza e o rio, e um dos melhores exemplos desta simbiose é o Trilho Nossa Senhora do Vau, o mais recente percurso pedonal criado ao longo do corredor ribeirinho, com localização na margem direita do rio Tâmega, entre a praia Aurora e as proximidades da capela de Nossa Senhora do Vau, na freguesia de Gatão. (A Praia Aurora é um local com areal e espaços de apoio que convidam, principalmente no verão, a várias atividades, como stand up paddle, canoagem, passeios de barcos e mergulho, situada bem às portas da cidade).
Pois bem: o dito trilho soma uma extensão de três quilómetros e meio, num percurso linear e com grau de dificuldade baixa. Aqui, os caminheiros são convidados a recarregar energias num refúgio de tranquilidade, perante manchas de vegetação autóctone, sobretudo de carvalhos e castanheiros, e, mais próximo do seu fim, de extensas vinhas.
Este corredor ribeirinho possui, também, uma grande diversidade de fauna, composta por guarda-rios, lontra, tritão-marmoreado, morcego-pigmeu e aranha-tigre.
A nossa experiência pelo Trilho
Sou uma verdadeira entusiasta de caminhadas, e, se for na natureza, melhor. Fomos percorrer o Trilho Nossa Senhora do Vau e aceitámos, desde logo, o convite sereno para abrandarmos o passo e caminharmos sem pressa, a não ser o pequeno Duarte, que, quando não estava no porta-bebé de caminhada, deu provas de ser um verdadeiro caminheiro, percorrendo o percurso com passos decididos e cheio de entusiasmo. Estava mesmo feliz, com muita vontade de explorar e determinado a que fizéssemos o mesmo.
Pegava em folhas, em pedrinhas, parava a apreciar e “conversava” sem parar.
A Maria João ia explorando com o irmão, caminhavam e conversavam juntos, mas como quis levar a sua velhinha trotinete, que começa a ser pequena para a idade, estava mais interessada em longas corridas. Ia e vinha, para a frente e para trás. Assim foi, sucessivamente, durante alguns metros do caminho.
Estávamos em liberdade (muito importante) e isso é tão bom! Vê-los, aos dois, felizes, em contacto com a natureza, deixou-me repleta de satisfação.
Ouvimos o canto dos pássaros, apreciámos o fenómeno do cair das folhas, a desprenderem-se, com as cores de outono, que, em alguns sítios, tapam, em grande parte, o chão, e que nos permitem, a mim e à Maria João, fazer um jogo simples, mas já habitual, sempre que percorremos um trilho com estas características. Passo a explicar: durante um determinado tempo, temos que percorrer o trilho sem pisar as folhas. Às vezes a tarefa torna-se mesmo difícil tal é a quantidade de folhas caídas. Mas que gera um momento divertido disso não tenham dúvidas!
A caminhada levou-nos a passar por passadiços de madeira, em perfeita harmonia com o ambiente, pelos açudes de Frariz e do Borralheiro, repletos de água, e que são um deleite para a vista. Parámos, várias vezes, ora nos bancos voltados para o rio, que convidam a relaxar e a contemplar, ora nos bancos das mesas de apoio, ou nas rochas que estão ao longo do percurso, para saborear a profunda serenidade que envolve o trilho e para um lanche retemperador. Já se sabe que com crianças “a barriga está sempre a dar horas”, por isso, é imperativo este tipo de paragem.
Continuando caminho, passámos e apreciámos, quase na reta final, por vinhas que descem as encostas ao encontro do Tâmega e cujas uvas estão na origem do muito procurado e apreciado vinho de Gatão.
Terminámos a nossa experiência, junto a umas quedas de água, onde ficámos, durante algum tempo, a usufruir da sua calma, serenidade e frescura. A Maria João adorou saltitar de pedra em pedra e eu sempre atenta a ver quando aparecia com as sapatilhas molhadas... correu tudo bem. O Duarte maravilhou-se, com a minha ajuda, a atirar pedrinhas para a água. É tão boa esta sensação de descoberta.
A pé, de bicicleta, com carrinho de bebé, ou até mesmo a fazer 'jogging', percorrer o Trilho Nossa Senhora do Vau é uma experiência obrigatória que combina a tranquilidade do sussurro suave do rio com o abraço calmo da natureza.
Calce as sapatilhas ou as botas de caminhada e coloque os pés ao caminho para percorrer outros quatro Trilhos em Amarante, que variam em termos de duração e dificuldade, mas que têm em comum o ambiente sereno, a natureza e a água. Saiba tudo nos seguintes artigos:
- Trilho “O Marão tem Sangue Azul”
- PR5 - Trilho da Água e das 5 Aldeias
Mergulhar nas águas termais
De regresso à cidade de Amarante, e em complemento ao percurso do Trilho de Nossa Senhora do Vau, para relaxar, de preferência, após a caminhada, a AmarantePure Termas e SPA, situada na margem direita do rio Tâmega, a poucos metros do início do percurso, é paragem obrigatória.
Aproveite as propriedades terapêuticas das suas águas e/ou os serviços de saúde, bem-estar e relaxamento. Será, certamente, uma experiência muito especial.
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